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CRISE – Empresários do Pinheiro e região sobrevivem de “vaquinha” durante a crise

A situação provocada pela extração de sal-gema pela Braskem nos bairros do Pinheiro, Bebedouro, Bom Parto e Mutange, continua causando dor de cabeça aos moradores e empresários da região. Além de prejudicados economicamente eles permanecem abandonados pelo poder público, que desta vez ignora a nova nota técnica divulgada pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) que sugere evacuação imediata de uma das áreas afetadas pelo problema.

A negligência para com esse documento que alerta sobre a gravidade da situação é preocupante e deveria ser motivo de preocupação de todos os alagoanos. O documento orienta a evacuação imediata dos moradores da área classificada como verde escura, porém o governo do Estado e os Ministérios Públicos ignoram a informação. O presidente da ‘Associação dos Empreendedores do Pinheiro’, Alexandre Sampaio, cobra um posicionamento do governo estadual e federal.

Ele alerta que a associação foi excluída do acordo feito às portas fechadas, sem a presença dos moradores e empresários. Atualmente o maior desastre tecnológico em curso no Brasil é o do Pinheiro, causado pela Braskem que segue impune nessa situação. Sampaio pede que os órgãos públicos revejam o acordo firmado com a Braskem e façam um novo, desta vez baseado nesta nova nota técnica, divulgada no início do mês de março de 2020, que reforça a gravidade da situação.

São em média mais de 10 mil imóveis, que perderam o valor de mercado na região do Pinheiro e dos demais bairros afetados pela mineração criminosa da Braskem. A classe que Sampaio representa é a dos empresários, que foram obrigados a fechar as portas devido ao problema causado pela Braskem. “Quem continua trabalhando no bairro, é assando e comendo, porque antes mesmo da pandemia o fluxo econômico na região já tinha diminuído”, conta. Ele pontua que alguns empresários afetados pela crise, provocada pela Braskem, conseguiram se mudar e reiniciar a operação dos negócios em outras regiões, mas foram obrigados a parar logo após a divulgação do decreto do isolamento social e agora estão inadimplentes com aluguel, banco e fornecedores.

“O que já era um pesadelo na vida desses empresários, se agravou ainda mais nas últimas semanas. São milhares de empregos que correm o risco de desaparecerem”, comenta Israel Lessa, advogado e ex-superintendente do trabalho em Alagoas. “Meu sentimento em relação a essa situação é de revolta e tristeza, por não poder fazer nada além de clamar ao governo que olhe por essas pessoas”, conclui Lessa, que cresceu no bairro de Bebedouro, também afetado pela situação, e revela que sua mãe é uma das moradoras prejudicadas que lutam para sobreviver sem apoio do governo ou da Braskem.

“Na semana passada foi preciso fazer uma vaquinha, entre os associados, para a aquisição de quatro cestas básicas que foram destinadas a empreendedores que estavam sem ter o que comer e que estão sem renda”, conta Sampaio. Os empresários anseiam que o governo de Alagoas possa tratar a situação com a urgência que ela exige. “Até agora o governador brinca com a vida dos moradores daquela região, além disso, faz pouco caso da saúde financeira desses empresários e de milhares de famílias que sempre cumpriram com suas obrigações fiscais”, diz Israel Lessa em tom de indignação.

Segundo Sampaio, há um pacote de incentivos fiscais a ser executado, o que pode amenizar a situação de muitos desses empresários, mas até o momento não houve movimentação para que o plano seja iniciado.

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