DOMINGO DE PÁSCOA – Em missa, Papa Francisco pede união para enfrentar pandemia
O líder religioso proclamou a bênção ‘Urbi et orbi’ na Basílica de São Pedro, no Vaticano, sem a presença de fiéis
O Papa Francisco celebrou, na manhã domingo (12), a missa de Páscoa com a tradicional benção “Urbi et Orbi” (à cidade de Roma e ao mundo), na Basílica de São Pedro, Vaticano, sem a presença de fiéis. Na celebração, que foi transmitida pela internet e por canais religiosos da TV aberta, o líder religioso pediu união para enfrentar a pandemia do novo coronavírus.
“Este não é tempo para a indiferença, porque o mundo inteiro está sofrendo e deve sentir-se unido ao enfrentar a pandemia”, incentivou o Pontífice.
Francisco fez um apelo para que não faltem os bens primordiais que são necessários aos que vivem nas periferias, aos refugiados e aos desabrigados, e pediu a redução das sanções internacionais que impedem alguns países de proporcionar apoio adequado aos seus cidadãos.
O Pontífice também implorou por solidariedade internacional, no sentido de “reduzir, se não mesmo anular, a dívida que pesa sobre os orçamentos dos países mais pobres”. E, ainda, assinalou: “Este não é tempo para egoísmos, pois o desafio que enfrentamos nos une a todos e não faz distinção de pessoas”.
Tradicionalmente, o Papa não faz homilia durante a celebração no Domingo de Páscoa, por isso, sua pregação foi feita no momento da benção “Urbi et Orbi”, que foi seguida da concessão de indulgência plenária.
A mensagem de Francisco foi dedicada aos afetados diretamente pelo novo coronavírus: enfermos, mortos e familiares das vítimas. O papa defendeu que que as palavras indiferença, egoísmo, divisão e esquecimento não sejam ouvidas.
“Essas palavras prevalecem quando em nós vencem o medo e a morte, isto é, quando não deixamos o Senhor Jesus vencer no nosso coração e na nossa vida. Ele, que já derrotou a morte abrindo-nos a senda da salvação eterna, dissipe as trevas da nossa pobre humanidade e introduza-nos no seu dia glorioso, que não conhece ocaso”, declarou o Papa durante o sermão.
Pedido de Paz
O líder religioso voltou a clamar por uma adesão ao apelo de um cessar-fogo global e imediato de todos os conflitos. “Este não é tempo para continuar a fabricar e comercializar armas, gastando somas enormes que deveriam ser usadas para cuidar das pessoas e salvar vidas”, salientou.
Ele mencionou ainda conflitos na Síria, no Iêmen, no Iraque, no Líbano, em Israel e na Palestina, na Líbia, na fronteira entre a Grécia e a Turquia, em Moçambique, além da crise na Venezuela.
No sábado (11), o Papa presidiu a cerimônia solene de vigília de Páscoa, também sem a presença de fiéis, tampouco batismos. Na última sexta-feira (10), o Papa já havia celebrado a Paixão de Cristo com a Basílica de São Pedro vazia. As medidas são para evitar a proliferação do novo coronavírus. Desde a semana passada, o Pontífice realizou audiências gerais e o Angelus sem os fiéis e tem mantido a distância recomendada de seus ajudantes.
A basílica e a Praça de São Pedro permanecem fechadas, conforme as orientação das autoridades italianas.